A vida no singular em construção com
abstinências indesejáveis; relógio ora tempo; frustrações nas ficções; quem me
dera fosse isto um sonho. No mesmo momento o quebra cabeça se enquadra em uma
peça obscura no mundo oblíquo, este mundo é o também conhecido como minha
memória.
O
interesse pela literatura é algo intrigante a cada novo percurso tenho me
fascinado de forma a acreditar ser tão simples e fácil idolatrar a dúvida.
Entretanto, me torno solitário. E sozinho em uma história em que as dúvidas são
constantes e que apesar de parecer viagem, “ela” acaba por construir espaços
cuja à vidas em mutações dentro do “eu” e “você”.
Se todos os rios são doces, de onde
o mar tira o sal?
Como sabem as estações do ano que
devem trocar de camisa?
Por que são tão lentas no inverno e
tão agitadas depois?
E como as raízes sabem que devem alçar-se
até a luz e saudar o ar
com tantas flores e cores?
É sempre a mesma primavera que
repete seu papel?
E o outono? ... ele chega
legalmente ou é uma estação clandestina?
(Pablo Neruda)
Compartilho o que me faz ousar, sim em síntese
duvidar de tudo o que está acontecendo neste exato momento! Pense nisso!
Resistência...
Quando a tecnologia e o dinheiro
tiverem conquistado o mundo; quando qualquer acontecimento em qualquer lugar e
a qualquer tempo se tiver tornado acessível com rapidez; quando se puder
assistir em tempo real a um atentado no ocidente e a um concerto sinfônico no
oriente; quando tempo significar apenas rapidez online; quando o tempo, como
história, houver desaparecido da existência de todos os povos, quando um
esportista ou artista de mercado valer como grande homem de um povo; quando as
cifras em milhões significarem triunfo, - então, justamente então -- reviverão
como fantasma as perguntas: para quê? Para onde? E agora? A decadência dos
povos já terá ido tão longe, que quase não terão mais força de espírito para
ver e avaliar a decadência simplesmente como... Decadência. Essa constatação
nada tem a ver com pessimismo cultural, nem tampouco, com otimismo... O
obscurecimento do mundo, a destruição da terra, a massificação do homem, a
suspeita odiosa contra tudo que é criador e livre, já atingiu tais dimensões,
que categorias tão pueris, como pessimismo e otimismo, já haverão de ter se
tornado ridículas.
(Martin Heidegger)
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