Sunday, May 23, 2021

O tempo e seus mistérios

 

O tempo e seus mistérios

Por Milton Lima, 23-05-2021.

 


A professora vida não esconde suas asas, ela as comporta expostas por um tempo. O suficiente para imprimir o sobrevivente que busca sua própria defesa. Anticorpos demandam da vida uma experiência de conhecer as asas abertas da própria liberdade. O período que a vida busca se estabelecer em um corpo, concebe o humano, que se estende pelas raízes genealógicas do que se convém chamar família. Esta parece desde o início que nos prova a palavra, um mistério que devemos descobrir por si, o que nos trouxe a tal lugar desconhecido.

Desde que a professora ensina, o tempo muda. As fases são percebidas com o tempo fechado para chuva. Também o são quando as árvores espalham pelo chão suas asas caídas. Lá do alto tudo parece ser tão pequeno. Quando se chega a terra o contrário do mistério aparece, tantas asas que o chão se orienta e se forma de horizontes, montanhas, florestas, lagos, rios e mares, espécies e mais espécies procurando sua cadeia alimentar, buscando reproduzir sua natureza.

Até aqui de natureza e natureza forjamos uma criação, que no fundo sabemos que é uma questão de tempo para ser trocada por outra coisa na experiência de vida. Entre o tempo e o mistério na espécie e busca humana, a palavra foi inventada, dela extraímos nossas histórias que estão cobertas por mitos. No entanto, por muito tempo permanecemos dormindo, quando acordamos exigimos de nós um esforço que passa por não lembrarmos o que sonhamos. Porque o mistério é um culto que adoramos. De repente paramos de contar quem por aqui passou antes de nós, houve um estouro que gerou o famoso apocalipse em Hiroshima, a nuvem atômica mudou o tempo de contar o fim, passamos desde então a conviver com uma questão de bomba e não mais de tempo para o juízo final (ver Günter Anders).

São as invenções que agora nos mantêm avessos do feio mundo, o qual deve ser lido ao encontro de uma palavra misteriosa, que é a tal felicidade. As asas que foram abertas no céu e na terra são agora do corpo humano uma máquina inventada e imaginada, faminta por vigiar todos os nossos esconderijos. Por fim, asas do tempo e mistérios da vida hão de nos acompanhar por essa jornada, o perigo é a palavra que vendem para que da vida não apreendamos sentido algum, para um controle total sobre das asas e dos órgãos vitais a nossa percepção.

 

Da oca e com opera recolho estas asas estranhas ao tempo e ao mistério fundado da palavra felicidade, no mundo em que ter é melhor que ser, um brinde a todas as asas. São elas, anticorpos do combate capital de uma falsa moral que existe um novo normal.

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