Wednesday, July 2, 2025

As notícias que eu li nos meses de maio e junho

 By Milton Lima

02-07-2025



As notícias que eu li nos últimos 45 dias, podem jogar luz ao novo modo de operar dos gigantes jogadores da geopolítica. Se eu dissesse há 45 dias atrás que o mundo poderia presenciar um conflito nuclear entre Índia e Paquistão, seria uma loucura. Pois, nos últimos dias de junho essas notícias realmente ficaram na pauta. Agora me coloca uma pulga atrás da orelha a forma de Trump buscar ser o senhor da paz.

Antes de retomar o conflito que desde 2023 atravessa as fronteiras entre Rússia e Ucrânia, cujo nome correto foi dado pelos russos de operação especial, e não de guerra, como por muito foi noticiado, é preciso contextualizar o cenário do tempo. Em disputa por uma MAGA, que significa em inglês, Faça a América Grande Novamente, a retórica de Trump foi lutar por uma guerra interna em seu país. O que culminou nos seus primeiros 60 dias de mandato a maior controvérsia da história ocidental, ele resolveria taxar seus parceiros comerciais, principalmente o Canadá e o México (com menos relevância para as exportações norte-americanas), mas com força total a seu maior inimigo econômico em disputa hegemônica, que é a China.

Como Trump buscaria a paz no Oriente Médio, se a guerra poderia ser interessante para os interesses de seu governo, essa era uma questão posta no que eu lia. Lembrando da Ucrânia, onde o presidente norte-americano vetou novas armas para o conflito, e já pensava em costurar um acordo em que os ucranianos deveriam pagar os custos do investimento dos Estados Unidos com recursos naturais raros. Não demorou muito, e no meio de tudo isso houve a briga entre os presidentes, da Ucrânia e dos Estados Unidos. Quem apareceu como uma possível conselheira europeia com a missão de aproximá-los (os presidentes), foi a líder do governo italiano, Meloni. Pouco tempo depois houve as negociações no palácio oval, e a decisão foi por congelar por meses a cobrança de taxas de importações do Canadá e México. Nesse tempo morreu o Papa Francisco. No velório estava Meloni novamente articulando um encontro entre os presidentes para tentar um acordo. O fim da Guerra na Ucrânia era a grande questão para Trump nos últimos 45 dias.

OS BRICs na História

Se eu dissesse há 45 dias atrás que a Rússia, que estava pronta para negociar na Turquia os termos para finalizar a guerra na Ucrânia, seria surpreendida com ataques de drones e seria notícia no mundo todo, jamais alguém acreditaria. Ou seja, a dinâmica muda. O que ficou claro para os russos e o que todos temiam era, quem deu a ordem? Os russos queriam entender se Trump havia autorizado ou sabia do planejamento deste ataque. No entanto, os russos chegaram a conclusão que Trump realmente não sabia. E a pergunta foi, se ele não deu a ordem, quem deu? Os especialistas em guerra, comentaram que apenas a inteligência britânica poderia ter auxiliado o ataque. Eles quebrariam a primeira parte do acordo de cavaleiros no tratado atômico, uma vez que usaram dados via satélite para o ataque.

A partir de uma narrativa de interesse na melhor estratégia, havia acontecido poucos dias antes a comemoração do grande dia da vitória russa contra o nazismo. Um desfile acontecia para mostrar o poder militar russo, e diversos líderes de países do mundo todo estavam presentes. Depois dos ataques as bases russas, ninguém sabia o que aconteceria e qual seria a resposta de Putin.

Então a notícia sobre a melhor estratégia não vem apenas do lado de Putin, mas também do lado que se sente ameaçado e usa exatamente a guerra na Ucrânia para alimentar tal ameaça, isto é, os líderes europeus. Alemanha e o parlamento europeu lutariam aí, é bom redimensionar o tempo, e indicar mais ou menos 7 meses, para aprovarem um novo orçamento de defesa, e a justificativa era o perigo da Rússia. O mundo bélico e a ameaça de guerra tomava conta das notícias em grandes jornais. As notícias indicavam que o investimento em armas deveria ser prioridade para a Europa. E o planejamento foi intensificado nos últimos 45 dias, de acordo com minha leitura pelos jornais ao redor do mundo.

O Irã entra na história com a mesma lógica com a qual caiu o regime da Síria. O ator novamente era Israel, e para entender esse conflito, no mínimo é preciso querer ler a história do islamismo e não apenas acreditar no que é contado pelo mainstream. Tem pipocado notícias que o Irã está perto de construir sua bomba atômica, sendo capaz de ter o enriquecimento de 60% do urânio. A história desta narrativa também é muito peculiar e traz outras dimensões, o fato é que, o Irã surpreendeu Israel, após o ataque a suas três usinas termonucleares pelos Estados Unidos há cerca de 10 dias. Ainda segue fresco nas notícias os B2 que foram usados e o seu verdadeiro estrago nas instalações iranianas. Porém, o que ficou claro nesse tempo, entre os jogadores, foi a tentativa de dominar e levar a queda do regime no poder do Irã; no momento a estratégia do ataque pelo ocidente não foi bem sucedida.

Os BRICs, Brasil, Rússia, Índia e China (e diversos outros parceiros), buscam uma nova configuração (leia esse artigo também) e a tentativa de desestabilizar o Irã faz parte de enfraquecer os BRICs. Isso pouco se comenta nos grandes jornais.

Considerações e o mês de julho

Aconteceu nos últimos dias de junho um encontro no qual Trump foi o destaque na OTAN. Nos países baixos o presidente norte-americano foi descrito por grandes jornais com a frase: “o papai Trump”. Não me deslumbra o fato de não ter o bem-vindo desde o início da frase, e isso traria outras questões com o império que agora, não é possível descrever. Porém, o circulo londrino e grande parte da elite conhecida por estado profundo não está muito feliz com o governo Trump. Pode ter sido uma pressão deste nível que o levou ao ataque as instalações do Irã. Ao que parece Trump, como empresário e bilionário enxerga tudo como um negócio, e ele joga o jogo tanto na retórica quanto na ação. O que deve acontecer nos próximos meses é uma forte guerra contra as notícias falsas, e quem pretende ditar o que é verdade todos os mais estudiosos sabem, os donos da verdade, descubram o porquê da desvalorização da educação, e então, obterão a resposta.  

 

No comments:

Post a Comment

Support this work

Support this work

Overall

access number

Free counters!