Thursday, April 24, 2025

O medo da grande transformação

 By Milton Lima

24-04-2025

Respeitável público, ou seria senhoras e senhores, um grande espetáculo vai começar. No roteiro de um filme ou numa telenovela o enredo poderia se desenrolar pela geopolítica, mas ficaria a pergunta: a quem isto realmente interessa? Pronto! Ah, incrível, seguido de bravo! Bravo! Interjeição, suspense, drama, ação, e quase no fim do túnel, à política. Se de cara o público é convidado a interagir com o espetáculo, mesmo que o enredo seja próximo ao carnaval, onde a fantasia e a realidade se misturam e consigo uma da outra tiram a vida da vida, ainda assim, é presente e no presente o carnaval já passou. Páscoa, tiradentes, feriado prolongado, o público brasileiro lida com a inflação, com o bolso pegando no pesado para suportar as altas dos preços, e volta a todo o interesse, eis que surge os jornais, as línguas, os intelectuais, as fontes, e um mix de leituras para passar o tempo. Vamos!

Se fosse um filme de terror aposto que começaria dizendo que a guerra era mera ficção; mas como não passa de um texto cheio de nuances de palavras ao vento, engana-se quem dele serve-se apenas para passar o tempo.

O caráter talvez cômico esconda o presságio trágico que vivemos no presente. Ao Papa Francisco ainda rende páginas e mais páginas, de jornais pelo mundo afora. Longe de construir uma linha do tempo para despir as notícias que não vieram do céu e nem prometem milagres, cá estamos, eu leitor e você leitor, ambos lemos o que queremos entender. A tarefa deste roteiro é muito distante de agradar todo mundo, aliás, se for para agradar é mais fácil ir direto para a inteligência artificial, né!? Permita-me divergir um tanto dos textos que costumo escrever aqui, mas esse pode e deve ser diferente! Solto e responsável com a ética da notícia, passei os olhos nos russos, e os trago com grande atualidade, nos britânicos e os deixo com guerra e paz. Alguém lembraria no entrelinhas que eles estão próximos ao Tolstoi? Eu disse que esse texto seria diferente! E não devo me alongar!

Ameaça da grande transformação

Polanyi é o nome que pode procurar para entender o que preza o econômico do que se vende de livre mercado. Não vamos adentrar nas escolas econômicas que remetem aos boys de Chicago; ou austríacos como Mises ou Hayek; muito menos ao velho barbudo que esteve após Gramsci no século XXI, ligado ao tal marxismo cultural. Veja que a China entra na história após toda revolução cultural, e que Cuba até hoje é sinônimo de comparação com a Venezuela próxima demais dos vermelhos. Não esqueça que esse texto é mera ilustração e que não pode ser levado até as últimas conseqüências, pois, de dramaturgia, passaríamos para matemática e a média entraria na filosofia, e mediocridade seria outro ponto fora da curva, complicou? Pois é, o buraco é muito mais em baixo! Literalmente muito mais.

O link com a língua inglesa está embebido por todo esse texto e haverá sinais que poderão seguir e tirar suas próprias conclusões. Caros leitores, quem tem medo e do que tem medo nesta história? Como ligamos o medo a uma ameaça, e como colocamos economia e guerra, na mesma linha na mesma frase que os protagonistas do novo mundo, queiram alguns ou não, China, Rússia e Estados Unidos, todos na cruz que a espada tende a retaliar.  

Com o cinema lembrado de David Lynch a primeira surpresa lida nos russos. O cinema que por tantas vezes ocuparam meus sentimentos após um filme, que tal a recordação dos segredos dos meus olhos? Ainda lembraria Francisco que acaba de se despedir, e a arte não para de nos fazer pensar, doa a quem doer, ela não para. Embora não citar em momento nenhum Israel, o texto que eu li dizia que Lynch, no filme cidade dos sonhos, tratava de genocídio, de bomba atômica e da hegemonia cultural. Por aí e bem por aí já daria espaço e pano pra manga. E o mais interessante vem com a ideia dada ao cineasta que de pintor e de estudioso das artes, forjou e encantou essa América do Norte. Nas palavras lidas por mim, lá dos russos, ela que seria uma expressão real. E causando estranheza a todos os virtuais, mas sim ele expressa, ele o texto, sim expressa que ela é real.

Dos russos eu passo para os britânicos. Faço o adendo, entretanto, que não entrarei no Financial Times (FT) a fundo, mas ele passará pelo fundo e à margem, e seguirei com a excelente reflexão do medo da grande transformação.

Dugin é conhecido por ser um teórico da filosofia e um pensador com reconhecimento internacional, até dizem alguns que é um consultor de Putin. Ele trata do risco que os três poderosos do mundo enfrentarão caso a crise econômica gerada pela guerra das tarifas persista. O filosofo lembra de Taiwan, do 5g e da criação de dois mundos paralelos. Dividindo os atores por aqueles que ficariam ao lado dos norte-americanos e os que seguiriam ao lado da China.

De fundo e à margem, o jornal FT de 23 de abril trouxe a informação que Putin pode finalizar a guerra com a Ucrânia.

Essa guerra da Ucrânia envolve uma cultura de um novo Chauvinismo, que obrigou a Rússia intervir e garantir o não separatismo.

Se no meio do enredo que tem um turbilhão de emoções, sanções e colapso econômico à vista, ainda sobra tempo e narrativa para uma ameaça existencial dos Estados Unidos, e esse seria o enredo longe do carnaval e longe do suspense trágico do fim de um Império tal como se conhecia e a quem diga que a grande transformação é a MAGA. Trump quer com isso evitar o colapso da economia de seu país, quer continuar imprimindo moeda, continuar aumentando a dívida pública, e como diretor do filme, escreve na sinopse que as indústrias voltarão ao país. A grande transformação que trata das rotas da seda, ele ignora, que aparece os BRIC’s, também enxerga como ameaça, e a China, é o grande problema que o seu filme quer explicar para todo os telespectadores não passa de uma ficção. Quem viver verá o desenrolar desta crise de entendimento do novo mundo que urge.

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