NATUREZA MORTA
Estamos na estação chuvosa? Faz frio, mais um dia com
música...
Então... Outra igreja, outro dia de trabalho! O padre faz
seu trabalho!
E o que importa: é reconhecer e respeitar o espírito que
se despede...
Tenho procurado os parentes, mas não consigo
encontrá-los!
Tento a todo instante estar presente de corpo e alma.
Todos os dias me encontro velando um amigo, sim, são meus
amigos...
Entre os espaços, observo: somos três, mudam-se os
ambientes e lá estamos nós!
Eu lido a todo instante com a morte. Sim, ela me ajuda a
viver...
Encontro todos os dias algo novo, mas confesso é um
trabalho árduo...
Registro uma história, procuro evidências, vivo este
momento único.
Respeito a sua partida. Procuro tratá-la sempre como uma
homenagem, é minha missão.
Refiro-me aos detalhes: a procura passa por colégios,
faculdades, enfim, pela vida!
Natureza... O ciclo segue seu ritmo à música é a harmonia
da vida que começa e acaba.
Na verdade a vida é uma conexão. No meu trabalho respeito
os vivos e amo os mortos!
Nenhum momento penso em desistir, acredito que este
espírito me ajuda a ajudá-lo...
Interessante o lado que me inspira a fazer uma ligação...
Sinto-me emocionado!
Integrado ao desejo de encontrar alguém e saber que o
espírito ficou feliz...
Insisto e alguém me atende - e responde: preciso pagar? –
Não. Ele já teve um funeral.
De história, resistência, às identidades ganham vida!
Descubro parentes de pessoas que morreram sozinhas...
Dá-los um bom funeral, é o meu papel. A propósito, tenho
uma reunião importante!
Aos poucos John May, descobre que perderá seu emprego...
Antes de ser desligado, May, pede ao seu chefe para
concluir o último caso.
Agora é uma questão de honra, este funeral precisa ter
mais que três pessoas...
De acordo com a história seria difícil encontrar um amor.
Mas... Estou apaixonado!
Da para acreditar! Ela é linda. E pelo visto o meu último
caso vai ser uma festa...
Deu tudo certo. Parece que ela gostou de mim. É amanhã, o
funeral. Já é dia, é amanhã.
E vem um carro, e não sinto mais nada. Ela me espera no
funeral, ela chora sua perda.
Estou muito perto dela. Sou: a natureza morta. Meu corpo ali
do lado. Ela não sabe!
Espere, não estou sozinho, centenas de espíritos. Prestam
sua última homenagem.
Milton Lima
Filósofo – de alma.
Gestor Ambiental & Especialista em Educação Ambiental.
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