Wednesday, March 11, 2015

Trindade

NATUREZA MORTA


Estamos na estação chuvosa? Faz frio, mais um dia com música...
Então... Outra igreja, outro dia de trabalho! O padre faz seu trabalho!
E o que importa: é reconhecer e respeitar o espírito que se despede...

Tenho procurado os parentes, mas não consigo encontrá-los!
Tento a todo instante estar presente de corpo e alma.
Todos os dias me encontro velando um amigo, sim, são meus amigos...

Entre os espaços, observo: somos três, mudam-se os ambientes e lá estamos nós!
Eu lido a todo instante com a morte. Sim, ela me ajuda a viver...
Encontro todos os dias algo novo, mas confesso é um trabalho árduo...

Registro uma história, procuro evidências, vivo este momento único.
Respeito a sua partida. Procuro tratá-la sempre como uma homenagem, é minha missão.
Refiro-me aos detalhes: a procura passa por colégios, faculdades, enfim, pela vida!

Natureza... O ciclo segue seu ritmo à música é a harmonia da vida que começa e acaba.
Na verdade a vida é uma conexão. No meu trabalho respeito os vivos e amo os mortos!
Nenhum momento penso em desistir, acredito que este espírito me ajuda a ajudá-lo...

Interessante o lado que me inspira a fazer uma ligação... Sinto-me emocionado!
Integrado ao desejo de encontrar alguém e saber que o espírito ficou feliz...
Insisto e alguém me atende - e responde: preciso pagar? – Não. Ele já teve um funeral.

De história, resistência, às identidades ganham vida!
Descubro parentes de pessoas que morreram sozinhas...
Dá-los um bom funeral, é o meu papel. A propósito, tenho uma reunião importante!

Aos poucos John May, descobre que perderá seu emprego...
Antes de ser desligado, May, pede ao seu chefe para concluir o último caso.
Agora é uma questão de honra, este funeral precisa ter mais que três pessoas...

De acordo com a história seria difícil encontrar um amor. Mas... Estou apaixonado!
Da para acreditar! Ela é linda. E pelo visto o meu último caso vai ser uma festa...
Deu tudo certo. Parece que ela gostou de mim. É amanhã, o funeral. Já é dia, é amanhã.

E vem um carro, e não sinto mais nada. Ela me espera no funeral, ela chora sua perda.
Estou muito perto dela. Sou: a natureza morta. Meu corpo ali do lado. Ela não sabe!
Espere, não estou sozinho, centenas de espíritos. Prestam sua última homenagem.

Milton Lima
Filósofo – de alma.
Gestor Ambiental & Especialista em Educação Ambiental.

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