De velhos
Suar, rezar, colher, envelhecer,
nascer, enfim: morrer.
Ah, se algo fosse diferente; voltaria
eu no tempo?
Seria, então, mais jovem, mais
sadio, talvez, menos doente?
Penso: logo sei, não existo. Esta razão se dá como?
Em imagens a dizer-nos: coisas
velhas...
Quem me dera legião, só mais uma
vez!
Ah, tenho idade e esperança de ir
além?
Comovida com meus cílios: que mal
refletem tanta água de lembrança.
Então, Hannah Arendt: sou invisível
ao mesmo tempo tão humana.
Em vão és tu, oh espelho: que
reflete coisas velhas...
Entre, espere, reflita: em meus
olhos o que vê, diga-me personagem: o que lê?
Ah, questioná-la, é a saída? Puxa!
Esse corpo é a vida?
Muito tenho a compartilhar com
todos os que são interessados.
Mas, perdera jovem de outra época,
a quimera, as imagens: de si...
Sou. E você? O que é? As imagens
comunicam: coisas velhas...
Milton Lima.
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