Friday, May 20, 2016

Política (o meio) Ambiente e o Progresso existe?


Progresso no meio (existe) ambiente?

Milton Lima*

O que temer (sem ou com o Michel) nos dias de hoje? Uma pergunta um tanto perturbadora, não? Realmente faz tempo. Muito tempo que não escrevo. Não com está atualidade. Para nos situarmos, e nos familiarizarmos com a temática ambiental, parece-me que o saber é àquele sabor que Barthes chama-o: “a idade de outra experiência”. O autor convida-nos: experimentá-lo “na própria encruzilhada.” Nos encontramos no século XXI, 100 anos após sua morte - em 2015 com a Revista Cult – quando é publicado um dossiê sobre o seu centenário.

Ao escrever sobre meio ambiente, pretendia narrar o sabor de algumas narrativas, que foi se perdendo com o tempo.

Em um dado momento a experiência questiona-me e agora? É então aí: que volto a escrever. E as perguntas continuam a provocar-me: ruídos e no ano que ainda não acabou – quem dera fosse àquele de 1968, o qual Zuenir Ventura narra tão bem. Perturbadora, sim. Na conjuntura de um ano histórico, pois, a política em 2016, viu o Brasil votando uma questão polêmica, tendo em vista os representantes da população (se assim vocês concordarem - em um congresso nacional) indicando tais votos em nome: da mãe, mulher, filha, sobrinha, e até de Deus para afastar uma presidente! O que temer? Difícil, mas o que precisa ser analisado é a nossa curta memória, e meu maior receio é o progresso!

A política projetou nos últimos 14 anos, desde 2002, um motor de crescimento (se vocês quiserem progresso) neoliberal, que impulsionou o consumo. O acesso, obsoleto com crédito, refletia na ascensão de muitos à outra classe. Qual? O que fora comemorado como bônus? No meio há crise? Existe ambiente e/ou ônus? Um governo eleito pelo povo? Quem nos representa, aqueles que votam pela mãe, esposa, sobrinha? Ou o que afastara a presidente ao coro do fim da corrupção (o mesmo que nomeia ministros acusados e investigados pela mesma corrupção) então quem nos representa? Uma esquerda corrompida, que seus valores são capas com os tópicos: Mensalão, Petrolão, e assim até a falácia que estamos vivendo.

Tendo o prazer pela história é triste o momento o qual vivemos. Ao nosso autor centenário; um sabor, um oxigênio. No curso ministrado no Collège de France, “Como viver junto? E ao mesmo tempo não sendo o neutro?” Palavra, literatura, assim nasce o texto com prazer de uma crítica sensível ao momento.

Mas com todos os defeitos de um governo que mudou sua cara; o Brasil tem um novo comando (alguns dizem provisório, se vocês preferirem pelos próximos 180 dias) e este já mostrou sua nova identidade. Acompanhada do chavão do lar, recatada e esteticamente padrão mídia.

E o viver não somente em um planeta que habitam os cidadãos do mundo (que vivenciam o aquecimento global, e continua sua espera; diferente do século passado com a guerra e as bombas atômicas, o sujeito aguarda o aquecimento de alguns Graus Celsius), mas o conviver com pensamentos políticos reacionários, autoritários, excludentes e fascistas. Este é o desafio de viver junto. O como, isso se dá, pode-se dizer que é: sem neutralidade das ideias.
Com este jogo apenas começando, o meio ambiente é peça chave no cenário político. Independente do regime de assujeitamento, o devir que nos move depende da aventura. Chamo-a progresso, a pergunta que deixo aos aventureiros é: podemos pensar juntos?

*Especialista em Educação Ambiental e Recursos Hídricos. É professor de Gestão Ambiental. 
miltonpalmeiras@yahoo.com.br




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