Jack Matlock: “O que precisa ser entendido é que a
Rússia entende esses assuntos como problemas vitais de segurança nacional”.
No instante em que escrevo esse texto muita água tem
rolado por de baixo da ponte. Antes de qualquer coisa o mundo inteiro está falando
sobre a guerra na Ucrânia (alguém disse que é uma operação especial?), como
também são muitas as opiniões contra a Rússia.
Sob o aspecto do discurso na mídia atual, os meios de
comunicação têm fortes tendências por escolher um lado da história. Contudo,
vale o questionamento: esse conflito entre Rússia e Ucrânia poderia ter sido
evitado? A resposta é: sim. Mas tal pergunta não entra na pauta da grande mídia,
e por isso, esse texto pode ajudar entender o que está em jogo nesta disputa de
poder pela hegemonia.
Pretendo ser curto e grosso. Não se trata de defender a Rússia aqui. Trata-se de mostrar o porquê se desembocou esse conflito que vidas serão ceifadas e que ninguém da imprensa convencional trará um debate honesto do que está acontecendo. O que está em jogo é o controle da narrativa, e nesse sentido os Estados Unidos tem nadado de braçada no que tange a opinião pública. Afinal, se isso poderia ter sido evitado, então, por que não foi? É aqui que trago um mapa de hoje, de um jornal alemão, e alguns comentários também sobre o texto.
O texto traz a chamada “In einer ANDEREN WELT” Em
outro mundo. E então destaca a fala da ministra de relações exteriores,
Annalena Baernock (verdes), que está de preto, talvez querendo se despedir e
dizer adeus. Assim começa ela, hoje despertamos em um mundo diferente. Isso
aconteceu depois de meses de planejamento, de mentiras e propagandas, onde o
Presidente Putin tomou sua decisão onde cumpriu com sua ameaça e invadiu à Ucrânia.
A invasão russa traz o alerta para todas as nações da OTAN.
Vejamos que esse texto será lido pela população alemã neste final de semana. Claramente a posição condena a Rússia por ter invadido a Ucrânia. No entanto, essa narrativa já estava sendo implantada pela imprensa norte americana desde 3 de dezembro de 2021, quando o jornal Washington Post, publicou uma matéria dizendo sobre os planos russos de invasão. Aproximadamente um mês depois em 4 de fevereiro, o jornal New York Times, trouxe a chamada “Se Putin quiser guerra suas tropas estão prontas”. Veja a imagem abaixo:
Assim que tomamos contato com outra visão da história,
esse debate pode ser mais interessante. Por exemplo, escutar o que o Presidente
Putin disse assim que autorizou a operação. Assista ao vídeo abaixo:
E como um exímio cientista social todo historiador
deve preservar e indicar sua fonte, assim como todo cientista social deve
trazer a discussão o que na análise de discurso chamamos de ideologia. Esse
texto contém uma diversidade de links para que, cada um de nós, possa entender
esse debate que é muito complexo. Recomendo a leitura completa deste link a
qual deixo a citação e por fim outro texto do autor do mesmo autor.
Não se trata de dar à Rússia o direito de reclamar uma esfera de influência e sim de levar em consideração as possíveis consequências de insistir em incluir a Ucrânia na Otan e, em consequência, colocar a parceria militar na porta da Rússia.
Para o historiador e diplomata experiente, a Rússia argumenta que o discurso do respeito à soberania é usado apenas quando convém dadas as intervenções americanas em diferentes países. Basta falar do Iraque para não voltar demais na roda da história.
Mas ele diz que a Ucrânia só tem um caminho para se tornar um país unido e próspero: manter uma relação civil e relativamente próxima com a Rússia, dando a seus cidadãos de língua russa igualdade de direitos linguísticos e culturais. “Os amigos da Ucrânia na Europa e na América do Norte deveriam ajudá-la a entender isso ao invés de perseguir um caminho que pode muito bem se tornar uma rota suicida”.
O que penso de tudo isso? Vamos lá. Penso que todo país que se preze uma nação soberana deve defender seus interesses. Se vocês escutaram o presidente da Rússia, no vídeo acima, puderam perceber que houve diversas tentativas de acordo. Quando a Ucrânia através de seu governo é a favor da entrada do país na OTAN, isso oferece um perigo real à nação russa. Por isso insistiria a quem puder ler com atenção isso ninguém te contou sobre a Ucrânia. Mas tem algo econômico por trás disso tudo que explico e finalizo essa reflexão.
Devido à parceria que Rússia e China firmaram no mês
de fevereiro, tida por diversos analistas de geopolítica mundial, como o acordo
do século XXI, isso envolvendo um projeto chamado, a nova rota da seda, que
esse conflito se desenhava. Tanto os Estados Unidos (USA) quanto o Reino Unido
(UK), através do sistema financeiro dominado pelos bancos mundiais dominavam o
mundo. E todos que acompanham a política internacional têm conhecimento que a
nova crise financeira está prestes a explodir desde 2018, o que se postergou
com a crise da pandemia desde 2020. Isso posto, a iniciativa que enxerga um
mundo multipolar que está sendo dirigida por China e Rússia, é algo que esse
poder hegemônico não aceitou e nem aceitará sem uma guerra. A guerra começou
com a tecnologia e se estendeu pelas sanções. Agora o que está em jogo é uma
agenda. A escala desenhada pelos americanos está clara, o próximo alvo será a
China, principalmente com uma aproximação dos americanos e ingleses com Taiwan.
Dias sombrios para o cenário global. Por fim, gostaria de dizer que isso não
termina aqui, espero que entendam que um império não dará seu bastão de graça e
que as mortes por essa guerra têm assinatura, e bastam olhar o exemplo do
Afeganistão.
Excelente texto.
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