By Milton Lima
22-07-25
Li por esses dias, em diversos continentes, em outras
línguas, de tudo, acredite, o calor no clima é, sem dúvida, um fator
preocupante. Em contrapartida, além das notícias que de praxe acompanham minha
labuta (quando não estou lendo assuntos técnicos de discursos políticos e
teoria política como história comparada de Brasil e Argentina das direitas),
também trago um olhar partilhado das conversas que tive com um grande amigo do
Instituto Schiller (USA), Tim Rush, que esteve no Brasil acompanhando a cúpula dos
BRICs.
Em diversos momentos do ano, meu objetivo foi trazer
um resumo das notícias que li no mês, porém, nem sempre o tempo foi meu aliado,
e fui diminuindo as postagens desta natureza. Assim como as leituras também
diminuíram consideravelmente. Eu não tenho lido um jornal muito bom do Canadá
(The Globe and Mail) faz algumas semanas, da mesma forma que também não tenho
lido os jornais italianos. Os jornais franceses, nem se fala, o que eu li muito
e acompanhei nas últimas semanas foram as notícias do Brasil e dos BRICs. No
entanto, quero juntar outras vozes e links para um texto mais profundo sobre o
tema, que envolve praticamente o mundo e diversos conflitos já iniciados e que
tendem a iniciar nos próximos meses, isso devido aos BRICs.
A Alemanha foi palco de uma reunião realizada pelo
Instituto Schiller, que acompanhei e acredito ser interessante para quem puder
escutar em inglês.
Então vamos dividir o que eu li no mês de julho pelo
mundo, sob dois temas principais, um que não poderei aprofundar muito pela
complexidade do tema, que envolve a economia física (pensamento essencial para
entender as novas rotas da seda, sobretudo com a visão do economista, Lyndon
LaRouche), e darei ênfase na sua especialidade econômica sob a importância da
grande transformação e outro um pouco mais filosófico, cujo tema irei chamar de
consciência dos perigos das moedas digitais. Filosoficamente eu diria que o
contexto é sobre o poder de elites e do desejo por parte de alguns poderosos em
manter um caos instaurado.
Na linha editorial que venho adotando quando trato do
que li, manterei no primeiro momento assuntos que pairaram na mídia, e no que
acompanhei pelo mundo, depois venho de modo sucinto afunilando para os temas
dos BRICs e a principal notícia que envolve a taxa de 50% de cobrança ao
Brasil, por Donald Trump.
Notícias da
África
Em 5 de julho, o jornal The Week Junior (UK), destacava
em suas primeiras páginas um acordo de paz firmado pela República do Congo e
Ruanda. O acordo foi selado
O acordo assegurou que as tropas de Ruanda deixariam à
República do Congo (DRC) em 90 dias. O grupo chamado M23, é considerado um dos
mais rebeldes na luta contra o governo, onde segundo fontes tem tomado às
cidades de Goma e Bukavu. O jornal ainda ressaltou que o Catar foi envolvido
nas negociações de paz, que oficialmente foi assinado pelos ministros de relações
exteriores, Thérèse Kayikwamba Wagner (DRC) e Oliver Nduhungirehe de Ruanda. Para um acordo duradouro as negociações
em Doha discutiram os termos com a DRC’s do governo e o grupo M23.
Instituto
Schiller e o Plano Oásis
Desde novembro de 2024 o Instituto Schiller tem
enfatizado o perigo preeminente de uma Guerra quente com perigo jamais visto
com o arsenal atômico sabido pelas partes envolvidas, sendo um perigo evidente
de extinção da espécie como conhecemos. Para isso, a instituição sabendo do
perigo busca sensibilizar diversas pessoas através de mobilizações, como por
exemplo, o seminário “Stop the Danger og
Nucler War Now; Third Seminar of Plitical and Social Leaders of the World”.
Alertando que a única saída possível para evitar as guerras eternas, é partir
para uma mudança de paradigma, e oferece uma solução onde todas as nações
poderiam sair beneficiadas, com uma nova arquitetura internacional de segurança
e desenvolvimento. O principal processo a ser implementado em curso deste
projeto é eliminar o conceito de oligarquia do sistema financeiro.
Em fevereiro de
Helga Zepp-Larouche, presidente do Instituto
Schiller, acrescenta que para tanto é necessário aplicar o conceito de Nicholas
of Cusa, onde um interesse comum a todos os povos seria a saída para um
desenvolvimento econômico para a região.
Conversa
com Tim Rush
Algumas horas de muita sabedoria, assim foi o
encontro com meu grande amigo Tim Rush. A primeira coisa que me deixou
impactado com relação aos Estados Unidos, foi o fato de um país com tantas
possibilidades, até hoje não ter um metrô de alta velocidade comparado com a
China. O porquê de não ter meu amigo explicou da forma mais simples, pois não
existe um governo nacionalista e quem manda no país respondem ao sistema
financeiro com raízes em Londres.
As impressões sobre os BRICs e a suas conversas com
diversas pessoas brasileiras, deram ao meu amigo uma grande esperança de um
mundo mais multipolar e menos unipolar. Entre tantas conversas, o que Tim falou
com muita alegria, foi a possibilidade de ligação de comércio a partir do Peru
no porto que vai diminuir o tempo de chegada de alguns produtos vindos da China
entre
O grande X da questão, ainda continua sendo o que os
donos do poder serão capazes de fazer para impedir que haja um desenvolvimento
real para os países do sul global? As taxas que Trump tem imposto ao Brasil, é
um sinal da grande dificuldade que o presidente norte-americano tem de lidar
com a grande transformação.
Considerações
Sobre os BRICs, o Brasil em grande parte por questão
de política interna e divisão da esquerda, ainda tem seus problemas ligados a
Venezuela. Pois, como se defende a soberania e a luta contra o império quando o
país brasileiro exclui do processo um país que tem sido usurpado e sancionado há
tanto tempo? Entre alas da esquerda a crítica da não inclusão da Venezuela no
processo dos BRICs é bem forte. Implica em diversas questões que dificilmente
serão explicadas pelo governo.
Lula foi até a Argentina mostrar solidariedade a
Cristina, a quem o presidente considera uma perseguida e presa política. Por
sua vez, o presidente norte-americano Donald Trump saiu em defesa de Bolsonaro,
utilizando a mesma retórica ao político da extrema-direita brasileira, onde ele
estaria sendo perseguido e vítima de um processo político. A questão do BRICs
pode sim ser um caminho para o desenvolvimento do Sul, a questão é, teremos políticos
para isso? Veremos!
No comments:
Post a Comment