Ao comentar a crise hídrica no Estado de São Paulo, desde já, conto
com apoio de materiais de colegas, já mencionados por ora aqui neste espaço, e
de uma entrevista recente na temática crise da água em São Paulo.
O impacto da crise ainda não foi sentido, embora sua falta ganhe
uma magnitude importante na mega cidade de São Paulo. Tal afirmação tem base
nos seguintes preceitos: Educação, Política e Economia.
A criação de planos tem por responsabilidade cobrar. Os planos são:
Planejados, Responsabilizados e Financiados. Quando usamos o termo “escassez”,
poderia sim, usar a falta d’ água, porém, a questão é mais estratégica.
Quando digo que o problema é político, e a crise já era prevista convido-os
para lerem os textos aqui postados junto ao colega Washington Novaes. ENTREVISTA NOVAES.
Em 2012, escrevi neste espaço sobre a crise hídrica do nordeste. Indico a leitura para entender o porquê ainda não sentimos o
impacto da crise hídrica. SECA NO NORDESTE
EDUCAÇÃO: Não se trata de acompanhar a normose (reproduzir/consumir
o que esta no “sistema”), mas ao menos referenciar outro norte. Borges poeta
argentino já dizia: os mapas nem sempre são nossas realidades.
Tratar de educação é falar duramente da falta de transparência na
gestão dos recursos hídricos. E quando digo em sua qualidade, bom, podemos então
rever o quanto a crise não nos tocou. Do que realmente estamos sentindo falta?
Será mesmo da água? Bom antes de partimos para Política e após esta ir à Educação,
é bom lembrar sobre as interrogações (?). Até o findar do texto, devemos nos
deparar com elas, mas o seu uso torna-se essencial aos desafios que vamos
enfrentar.
POLÍTICA: A água é um recurso finito, um bem natural, e tem muito
valor em escala de múltiplos usos. Cabendo assim ao poder público através de
políticas públicas, informarem a sociedade dos problemas inerentes que envolvem
a sua gestão.
A capital paulista em termos de abastecimento depende
exclusivamente de águas superficiais, estas alocadas em represas. Temos visto
muita depredação nos leitos dos rios, e só têm nos restado a opção de possível
tratamento de água nas represas, Billings, Guarapiranga e Cantareira. Além de águas
superficiais temos outras fontes tais, como as águas subterrâneas por exemplo.
O impacto de uma política que não visa à responsabilidade
compartilhada, e não busca a relação de qualidade com o valor ao que se usa,
com o que se paga, fica muito conflituosa a relação. O porquê evitar o
desmatamento? Qual impacto tem as grandes indústrias no consumo de água? Onde
tem efeito caótico a disposição de resíduos (águas residuárias)? Isto implica
na condição de saúde pública?
Compartilho uma entrevista de um amigo professor de geografia, que nos
ajuda a compreender o gerenciamento e a transparência do sistema na crise hídrica
em São Paulo. Anderson Cinati (Entrevista Completa ) trouxe as seguintes informações:
Volume morto
(reserva técnica ou inativa do manancial): é utilizado somente em situações de emergência. Está localizado
abaixo dos níveis de captação.
“Em relação à qualidade da
água, o que acontece é que esse volume morto poderia conter metais pesados e
ser altamente prejudicial à saúde. O Governo do Estado afirma que foram feitas
análises e que ele é seguro”, explica Anderson Cinati.
.Rios
voadores: circuito d’água invisível que percorre a atmosfera. É a umidade gerada
pela Amazônia que se dispersa por todo o continente sul-americano. Suas principais
regiões de destino são Centro-Oeste, Sudeste e Sul.
.Aquíferos: formação geológica
rochosa capaz de armazenar e ceder:
.Água subterrânea,
abastecendo poços artesanais e fontes de água doce.
.Sistema Cantareira:
é formado pelas
represas Jaguari, Jacareí, Cachoeira e Atibainha. Juntas, fornecem água para cerca
de 9milhões de pessoas só na Região Metropolitana de São Paulo. Além delas,
outros cinco sistemas abastecem essa área: Alto Tietê, Guarapiranga, Rio
Grande, Alto Cotia e Rio Claro.
ECONOMIA: O IDH – Índice de Desenvolvimento Humano – tem diversas
relações com os recursos hídricos, uma é a qualidade de vida. Mas a expectativa
de qualidade é muito complexa. No entanto, ao propósito do texto daremos as
seguintes direções: renda per capita, educação, saúde pública.
Quando se escuta soar a preocupação com o nível alarmante de
doenças de veiculação hídrica. É comum acreditar que a enchente é a grande vilã
da história. Mas e o PIB – Produto Interno Bruto – esta relacionado de alguma
forma com a qualidade da gestão hídrica? Qual segmento tem aumentado sua cadeia
de insumo-produto contribuindo para o crescimento econômico pautado no PIB? O
que torna esta discussão tangível ao produto, sobre a ótica holística dos
impactos? Mudanças Climáticas, Fome, Crises Energéticas e Hídricas? Contudo
cabe a pergunta houve redução do consumo?
Importante ressaltar que a crise da qual nos deparamos agora, ainda
não foi sentida. Pois, a questão estratégica é muito maior que imaginamos.
São discutidas questões pautadas somente na demanda, exato, pela água,
e por se tratar de abastecimento humano. A pesquisa de contingentes que relatam
uma enorme população para as próximas décadas.
A transparência é um modelo de um sistema já falido. Consumo e mais
consumo. Carro e mais carro. Riquezas e mais bens. E os bens naturais até ontem
visível estão secando. E com ele vai necessariamente um recado, o bem que você
quer é o que você precisa?
Ainda que o consumo já tenha lhe deixado cego. Ainda que a normose,
lute para lhe alienar, agora é a sua vez de provocar. Será este o legado que
vamos deixar? Ainda pensando no futuro “não haverá água” ou no passado “quanta água
desperdicei” ou será a nossa provocação agora: Água uma luta pela vida, regrada
pela paz e o valor do ser humano livre do ego.
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