Espiritualidade em foco em 2025

By Milton Lima 01-01-2025

 

Religião

A regra diz que a norma é religar, segundo a semântica da palavra, a religião. Nos diversos caminhos que ela liga os humanos aos deuses, houve desde o início dos tempos essa regra. Ora, o que religamos desde então? Fé, caminho, conhecimento? Afinal, porque é tão difícil assumir essa espiritualidade?

Algumas pessoas pensam que deuses não existem. Muitos, no entanto, acreditam que os povos devem a seus deuses, a terra, a água, o sol, a lua, o ar e o vento. No percurso entre os que acreditam e os que não, encontramos a ciência. E, essa ciência, vai partir do método para dar validade ao conhecimento, que pode ser ou não verdadeiro, de acordo com as normas acadêmicas.

Desde Platão, a religião pode ter se tornado uma questão de educação. Pela fé no filósofo, ele olhou para sua classe (os filósofos) para governar a cidade. O filósofo grego estava ressentido com a morte de seu mestre, Sócrates. Em plena busca pela verdade, criou a academia e os estudos que partiram dela e nos trouxe até aqui.

Se pensar na religião com os olhos na modernidade, vai encontrar nela os percalços da ideologia, outra questão complexa que é colocada na via da espiritualidade. Do século IV, da Grécia ao mundo ocidental (ao Oriente chegamos por instantes) podemos dar um pulo enorme, até o século XVI com a chamada era do renascimento. Entre os conhecimentos matemáticos, reflexões filosóficas, tanto a astronomia quanto a astrologia ganharam espaço para evidenciar a ciência.

No início ao olhar para o céu, os seres humanos, acreditavam que a terra era o centro do universo, que tudo girava em torno da terra. Mas, como foi dito, a ciência estava pronta para trazer a verdade. A verdade, seja na antiguidade, ou na modernidade, ela continua sendo posta à prova, todavia, agora ela é mais subjetiva do que objetiva. Quer dizer que se uma pessoa acredita em algo que não se pode provar objetivamente, isso não pode ser mais negado, pois sua fé e subjetividade, é suficiente para validar sua crença, independente da ciência.

De Platão até a era moderna, já deixamos outros filósofos para trás, e muitos deles refletiram sobre a religião. E, como colocamos o Ocidente, de um lado, desta verdade, é justo - aliás a justiça também tem um papel simbólico muito forte nesse caminho – trazer ao contexto o outro lado, do mundo, ou seja, a outra parte da história, o Oriente.

E nesse contexto temos a espiritualidade versus o poder. Porque se deixamos de lado narrativas de esquecimento do Oriente, por crer na verdade escrita por um lado da história, estamos em débito com a história de modo geral.

Antes de cristo, a história escrita mostra o poder dos impérios, e desde então, em cada dinastia entre os reis, os imperadores, e seus deuses, havia uma verdade para determinado povo.

As guerras por territórios, por terras, em busca de mais poder e prestígio, foi a tônica desta jornada, que não nos esqueçamos, o poder e toda sua lógica utilizava-se da sua verdade espiritual.

Os cristãos foram perseguidos. O apostolo Paulo era conhecido orador e divulgador do evangelho. E, por onde andou, ele levou por terras e outras nações sua verdade espiritual.

Muitos corpos físicos foram desintegrados pela verdade de um lado ou de outro. A palavra genocídio é no curso da história da humanidade mais cruel do que se possa imaginar. Armênia primeiro país do mundo a adotar o cristianismo como religião oficial, e sabemos o que houve com os armênios e o genocídio da primeira guerra mundial. Ora, espiritualidade com uma visão de verdade, em que o poder imperou sob as narrativas, de qual espiritualidade o recorte trata?

Na verdade, o contexto que é revelado a palavra verdade, está em desordem, pois, a espiritualidade de 2025, requer de quem a busca, uma luta pela verdade que jus no interior de cada ser. A verdade é relativa de acordo com a subjetividade, mas caso queira dialogar com o poder, o discurso que a verdade pode ser tratada é enviesado por uma parte que busca controlar sua mente e sua reação.

Então, como saber o que buscar na espiritualidade de verdade? Eu diria que em primeiro lugar, você deveria pensar o porquê você pensa que seja verdade isso ou aquilo. Já passou por sua mente que a rede social, pode controlar seu sentimento? Pode induzir alguns tipos de frustrações e inibir seu verdadeiro propósito, por questões relacionadas ao controle dos mais poderosos?

Entre verdades e verdades, estamos em 2025, e guerra ou ameaças de pandemias podem aparecer? Será? Aconteça o que tiver, apenas busque a verdade que sua espiritualidade quer te fazer assumir, o compromisso de lidar com seus medos da verdade!