Wednesday, June 4, 2025

O estágio do capitalismo: como chegamos aqui em 2025 - primeira parte

 By, Milton Lima

05-06-2025



Teoria e reflexão sobre o momento do estágio capitalista no mundo. A partir da tecnologia da informação e ressignificação do passado, a teoria do revisionismo histórico na era moderna digital tem sido cada vez mais comum. Grandes teorias sobre o mundo visto pelos pensadores da era moderna esbarram no conceito esvaziado de Estado e extremamente valorizado de mercado econômico liberal.

Quando se dialoga nas ciências sociais com a origem da propriedade privada, família e Estado, é comum encontrar entre as grandes correntes de discussão sobre o tema a obra antropológica e sociológica de Friedrich Engels. Nesse mundo de teoria e racionalidade na busca empírica que valide o pensamento como ciência e demonstre dados com métodos comprováveis, Weber exemplifica o sucesso do capitalismo no século XX para além da Alemanha, pela ótica da ética protestante.

A industrialização na Inglaterra deu início a supervalorização do estágio capitalista que vivemos hoje no século XXI. Desde 1800 ao início dos anos 2000, o estágio capitalista foi ganhando estatura e pode-se dizer que seu corpo expandiu por todos os cantos do planeta. Não pense no juízo de valor a priori, nem pense você no maniqueísmo dado ao capitalismo do céu e ao socialismo do inferno. Assim, a teoria e reflexão para o momento do estágio capitalista no mundo teve um marco zero para deslocar o passado do lugar, para estruturar uma forte e condenatória memória do mundo que se queria viver com a discussão de 1968 em Paris.

O revisionismo desta época é contra a ciência porque a crise de 2008 cobrou a conta. Nesse momento há muito que perguntar sobre o estágio capitalista. Apenas para lembrar alguns acontecimentos modernos, o mais assustador e intrigante mexe com paixões, que não é o futebol, que não é a religião, que não é a política, mas que é a solidão do ser em si como máquina de si mesmo, com o vulgo de empreendedor. A Paris de 1968 lutava por direitos e pelo fim das guerras. O mundo respirava revolução, as universidades eram palcos de debates acalorados sobre educação e o papel do sujeito pensante na sociedade. A revolução que estava em voga no campo da luta política pelo poder de guiar o Estado, queria reparação e buscava legitimação de uma ideia diferente da formada pela burguesia do capital. No que pese a guerra fria e o pós-guerra do horror humano com a bomba de Hiroshima, o século XX era um mundo em suspensão, a todo o momento se pensava que tudo poderia acabar. Naquela França de memórias de liberdade, igualdade e fraternidade, solapava a democracia liberal como regime mais coerente no sistema parlamentarista. Os horrores dos poderes da Alemanha Nazista e Itália Fascista, pareciam lembrar os perigos dos poderes absolutistas. Embora, no globo continuasse vendendo-se governos autoritários, as lutas por independência num marco do século XIX, na transição do Imperialismo para os nacionalismos de ex-colônias, levava-nos a crer que a luta era para uma coletividade e não para uma individualidade pregada pela sociedade capitalista.

O historiador alemão Jürgen Kocka é taxativo sobre a era capitalista por que despeito de seu crescimento de região e região de passo a passo, do capitalismo agrário ao agronegócio, do crescimento da urbanização ao mercando financeiro. É preciso voltar a discutir um projeto de humanidade e não apenas de país. A história é mestra e nos deixa vestígios do que o ser humano é capaz. O sistema capitalista está no modo guerra eterna e é comandado pelo Estado profundo, e não apenas dos neocons do norte, mas desde aqueles sob olhares da casa de onde a industrialização iniciou. Se a dúvida persistir em como a história acaba, não é recomendável o conselho dado pelos entusiastas do consenso de Washington, e figurado por Fukuyama. Poderia ainda retomar os novos caminhos das rotas da seda, porém, demanda ainda por enquanto um profundo olhar de como chegamos aqui no marco de 2008, e a partir de então analisar a teoria e os apagamentos de memórias, insisto, o passado está cristalino para quem quer vê-lo, não vamos subestimar a história.   

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