By, Milton Lima
05-06-2025
Teoria e reflexão sobre o momento do estágio
capitalista no mundo. A partir da tecnologia da informação e ressignificação do
passado, a teoria do revisionismo histórico na era moderna digital tem sido
cada vez mais comum. Grandes teorias sobre o mundo visto pelos pensadores da
era moderna esbarram no conceito esvaziado de Estado e extremamente valorizado
de mercado econômico liberal.
Quando se dialoga nas ciências sociais com a origem
da propriedade privada, família e Estado, é comum encontrar entre as grandes
correntes de discussão sobre o tema a obra antropológica e sociológica de Friedrich Engels. Nesse mundo de teoria
e racionalidade na busca empírica que valide o pensamento como ciência e
demonstre dados com métodos comprováveis, Weber exemplifica o sucesso do
capitalismo no século XX para além da Alemanha, pela ótica da ética
protestante.
A industrialização na Inglaterra deu início a
supervalorização do estágio capitalista que vivemos hoje no século XXI. Desde
1800 ao início dos anos 2000, o estágio capitalista foi ganhando estatura e
pode-se dizer que seu corpo expandiu por todos os cantos do planeta. Não pense
no juízo de valor a priori, nem pense você no maniqueísmo dado ao capitalismo
do céu e ao socialismo do inferno. Assim, a teoria e reflexão para o momento do
estágio capitalista no mundo teve um marco zero para deslocar o passado do
lugar, para estruturar uma forte e condenatória memória do mundo que se queria
viver com a discussão de 1968 em Paris.
O revisionismo desta época é contra a ciência porque
a crise de 2008 cobrou a conta. Nesse momento há muito que perguntar sobre o
estágio capitalista. Apenas para lembrar alguns acontecimentos modernos, o mais
assustador e intrigante mexe com paixões, que não é o futebol, que não é a
religião, que não é a política, mas que é a solidão do ser em si como máquina
de si mesmo, com o vulgo de empreendedor. A Paris de 1968 lutava por direitos e
pelo fim das guerras. O mundo respirava revolução, as universidades eram palcos
de debates acalorados sobre educação e o papel do sujeito pensante na
sociedade. A revolução que estava em voga no campo da luta política pelo poder
de guiar o Estado, queria reparação e buscava legitimação de uma ideia
diferente da formada pela burguesia do capital. No que pese a guerra fria e o pós-guerra
do horror humano com a bomba de Hiroshima, o século XX era um mundo em suspensão,
a todo o momento se pensava que tudo poderia acabar. Naquela França de memórias
de liberdade, igualdade e fraternidade, solapava a democracia liberal como
regime mais coerente no sistema parlamentarista. Os horrores dos poderes da
Alemanha Nazista e Itália Fascista, pareciam lembrar os perigos dos poderes
absolutistas. Embora, no globo continuasse vendendo-se governos autoritários,
as lutas por independência num marco do século XIX, na transição do
Imperialismo para os nacionalismos de ex-colônias, levava-nos a crer que a
luta era para uma coletividade e não para uma individualidade pregada pela
sociedade capitalista.
O historiador alemão Jürgen Kocka é taxativo sobre a
era capitalista por que despeito de seu crescimento de região e região de passo
a passo, do capitalismo agrário ao agronegócio, do crescimento da urbanização
ao mercando financeiro. É preciso voltar a discutir um projeto de humanidade e
não apenas de país. A história é mestra e nos deixa vestígios do que o ser
humano é capaz. O sistema capitalista está no modo guerra eterna e é comandado
pelo Estado profundo, e não apenas dos neocons do norte, mas desde aqueles sob
olhares da casa de onde a industrialização iniciou. Se a dúvida persistir em como a história
acaba, não é recomendável o conselho dado pelos entusiastas do consenso de
Washington, e figurado por Fukuyama. Poderia ainda retomar os novos caminhos
das rotas da seda, porém, demanda ainda por enquanto um profundo olhar de como
chegamos aqui no marco de 2008, e a partir de então analisar a teoria e os
apagamentos de memórias, insisto, o passado está cristalino para quem quer vê-lo,
não vamos subestimar a história.
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