FÁBRICA
Espero
encontrar você aqui: menino/menina produto da vida.
Perante a
regência: siga o ritmo. Não ouse parar. Não pare!
Sempre
tenha um bom conselho... Na dúvida tente o silêncio.
Sua
inspiração é como um palco: luz que vem lá do alto...
Existe no caminho
obstáculos, mas que graça teria sem eles?
O espaço
não é mensurável, ele é reflexivo, atemporal, sempre.
Agora mesmo
tive vontade de gritar: eu não sou água!
Quero que
vocês entendam de uma vez por todas: o que sou!
Terra? Ar?
Fogo? Animal? Vegetal? Mineral? Já disse: eu sou...
Menino/menina
como assim? Entre a vida e os cosmos: surge você!
Sou criança
que morava na floresta. Escutava os animais...
Cresci
junto ao sentimento que tudo se findará...
Os
movimentos são cíclicos e no fundo não aposto na Fábrica.
Mas este
que só você pode entender reproduz: não sou cópia.
Ao negar a
produção da vida como ela é: não olho no espelho.
Sou um ser
itinerante, recluso, no mundo dos desobedientes.
Compro
brigas: minúcias de um jogo, cujo nome é: imitação!
Menino/Menina
o que isso importa? O produto é o desejo de consumo.
Queria ter
um defensor sem discurso de produto final. Será este o infinito?
Respeito o
seu momento atual menino/menina. E a congruência que nos une.
Historicamente
sempre houve um divisor, ora de gente, outrora de vidas.
Contudo,
fora nós um dia mais que produto, e não menos história.
Por haver
segregação te procuro menina e não acho o menino.
Ainda há
memória, à essência e vou encontrá-la, por isso: continue migrando!
Milton Lima
Filósofo – de alma.
Gestor Ambiental & Especialista em Educação Ambiental.