Friday, July 19, 2019

A morte de Agnes Heller




Fonte:la republica





As voltas com o mundo por mais de três minutos em nossa esteira, eis que caminharam 15 meses – desde a minha última postagem por aqui –, e por isso fá-lo-ei de retalhos. Mas esta costura traz consigo novos e contundentes traços de memórias.


Apenas para adentrar há nossa lembrança a quem escrevera de justiça; sua morte que se esvai pelo grande meio jornalístico, que senão o jornal italiano “La republica” não nos era possível fazer jus da lembrança que se torna aos nossos olhos homenagem, ainda que uma lembrança, minhas escusas de antemão ao saudoso público que a leu – esta grande pensadora. Aqui são meus votos de despedida e registro, àquele que Walter Benjamin encontrar-nos-ia na fotografia numa técnica que a nós é dada em sua autenticidade – ainda que em plena reprodutibilidade.

Sobrevivente de um regime totalitário, a filósofa é chamada de intelectual e crítica de qualquer forma de regime herdeiro desta maneira de governar – no texto de Andrea Tarquini.

Ainda nos lembra no artigo “ela se foi como uma grande dama (...) a pouco de completar 90 anos, era sã e lúcida, vivíssima e pronta para um novo evento público na Itália” (tradução livre).

Quando (alguém que a não conhecia, fazer uma pesquisa sobre ela, há de encontrar uma nota, com certeza, de sua proximidade a Lukács) se for a procurá-la saiba que esta tinha uma voz ecoante no marxismo, e, sobretudo, na modernidade.

Em uma entrevista (link) responde o porquê escolheu a filosofia na década de 40 do século XX. Dissera Agnes Heller (em o pós-marxismo e a ética da modernidade): “conheci a filosofia através de um namorado (...) em 1947, resolvi estudar filosofia e Lukács, foi meu professor”.

Há muito que falar desta intelectual que se foi no dia de 19/07/2019. Aqui nossa saudação, descanse em paz professora Agnes Heller.

Milton Lima, 19/07/2019.


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