As voltas com o mundo por mais de três minutos em nossa esteira, eis que caminharam 15 meses – desde a minha última postagem por aqui –, e por isso fá-lo-ei de retalhos. Mas esta costura traz consigo novos e contundentes traços de memórias.
Apenas
para adentrar há nossa lembrança a quem escrevera de justiça; sua morte que se
esvai pelo grande meio jornalístico, que senão o jornal italiano “La republica”
não nos era possível fazer jus da lembrança que se torna aos nossos olhos homenagem,
ainda que uma lembrança, minhas escusas de antemão ao saudoso público que a leu
– esta grande pensadora. Aqui são meus votos de despedida e registro, àquele que
Walter Benjamin encontrar-nos-ia na fotografia numa técnica que a nós é dada em
sua autenticidade – ainda que em plena reprodutibilidade.
Sobrevivente
de um regime totalitário, a filósofa é chamada de intelectual e crítica de
qualquer forma de regime herdeiro desta maneira de governar – no texto de Andrea
Tarquini.
Ainda
nos lembra no artigo “ela se foi como uma grande dama (...) a pouco de
completar 90 anos, era sã e lúcida, vivíssima e pronta para um novo evento público
na Itália” (tradução livre).
Quando
(alguém que a não conhecia, fazer uma pesquisa sobre ela, há de encontrar uma
nota, com certeza, de sua proximidade a Lukács) se for a procurá-la saiba que
esta tinha uma voz ecoante no marxismo, e, sobretudo, na modernidade.
Em uma
entrevista (link) responde o porquê escolheu a filosofia na década de 40 do século
XX. Dissera Agnes Heller (em o pós-marxismo e a ética da modernidade): “conheci
a filosofia através de um namorado (...) em 1947, resolvi estudar filosofia e
Lukács, foi meu professor”.
Há muito
que falar desta intelectual que se foi no dia de 19/07/2019. Aqui nossa saudação,
descanse em paz professora Agnes Heller.
Milton
Lima, 19/07/2019.