Thursday, October 1, 2020

Amazônia e a morte da natureza humana

 

Por, Milton Lima 01/10/2020.

 

Amazônia e a morte da natureza humana

 

O que é mais forte que a morte? Já perguntava o tão saudoso cantor e poeta Belchior, e frisava o compositor brasileiro que nessa “terra o silêncio era de ouro”. E representar uma arte do quão simbólico pode ser tal silêncio deve passar pela coragem que Benjamin a classificaria como perigosa de se praticar enquanto sua própria coragem buscasse a verdade.

 

A pergunta é, antes do como quem é de fora olha pra cá (Brasil e Amazônia), até que ponto de onde se olha diz alguma verdade, entende? Para montar o quebra cabeça do fogo que não foi roubado pelo herói da mitologia grega e entregue aos humanos, precisamos reeducar o que poucos de nós (como espécie bípede alta intitulada inteligente) têm como verdade.

 

Olhar para Amazônia de fora, não é um privilégio de quem a conhece mais que muitos brasileiros em seu imaginário, aliás, a imaginação que se quer expressar aqui é muito maior do que se possa imaginar, de um ponto de vista poético, é dizer, a natureza humana não avançou com a tecnologia, mas sim regrediu de modo, que a terra dos mortos virou nuvem que todos admiram sem compreender o verdadeiro significado de ser artificialmente humano.

 

Decerto falar a verdade remonta a estrutura da palavra, o significado do sentido, e a necessidade de ser sujeito que, de si, extrai seu próprio óleo, que de si, espera o próprio sacrifício. Assim esse sujeito olha o seu trabalho, a sua família, seu dado conhecimento de poder, tal qual lhe domina por ter sua verdade. E alguém lhe disse que a verdade é sua morte?

 

O que acontece na Amazônia e no Brasil é a pura morte da natureza humana – essa é a verdade. E os bonzinhos, não sejam tão ricos como amam dizer-nos que são, e comecem a reeducar a verdade que contam para seus filhos. Ainda vão vender a ideia de que o homem livre é o liberal que tudo pode apenas com seu esforço? Que o mundo é bom e Deus ajuda quem trabalha? Que alguns países como o Brasil, é atrasado tecnologicamente porque assim seu povo escolheu? O que dizer como verdade sobre o mundo que colonizou que explorou que nos roubou riquezas naturais e que sonha assim continuar fazendo? Sugiro falar a verdade.

 

O fogo na Amazônia tem seu perdão mundo desenvolvido? Será que o nosso perdão por não conhecer a verdade apagará o fogo que leva a verdadeira morte animal e vegetal as manchetes do mundo? É sim preciso falar a verdade, e a verdade é o mundo desenvolvido ama consumir e que o mundo todo aprendeu a consumir. O consumo é igual? Ou alguns podem porque são abençoados por Deus enquanto outros não podem porque não se sacrificaram o bastante? O sacrifício desse humano, não levou o fogo para humanidade, e sua promessa até aqui não tem dito a verdade. Liberdade, democracia, fraternidade, o mundo realmente diz a verdade no fogo cruzado que pauta uma pandemia em crise econômica mais do que prevista? Voltemos a Amazônia, ao que todo mundo quer ter o direito a falar de humanos.

 

A questão ambiental é parte de um processo, mas para se compreender o fundo pântano que parece ter mais fogo que fumaça em um país totalmente saqueado por séculos, não basta o famoso “coitado do Brasil”, mereceríamos de um demasiado cuidado, com nosso próprio senso de ser humano para depois querer o tal direito a esta natureza.

 

Se a morte da floresta é um sacrifício, que o governo aqui presente tem sido apoiado por essa elite econômica para seguir uma agenda, o clima de mudança não passa pelo humano que pensa no futuro de suas crianças, ou se fala a verdade sobre a questão da regressão da humanidade ao invés do progresso sempre vendido e almejado, ou dificilmente será um Lazaro, nossa Amazônia, nossa natureza, e principalmente nossa morte humana.


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