O deserto das vacinas – Por Milton Lima. 27-11-2020
Antes de tudo, os tártaros e o Dino estão longe das vacinas. O comércio que se faz do que seria caro ou barato, esconde de longe o desejo pela vida, parece que o capital sugou a morte, a saber: até que o dinheiro nos separe.
O deserto aqui referido é o que espera pela guerra. Nada que o próprio italiano não nos prendesse com seu clássico “o deserto dos tártaros”. Em todo caso, não conhecendo a história alguém pode perguntar o que isso tem com as vacinas?
Bem... Isso é um pequeno ensaio de esperança, a esperança é de que não precisamos rever outra guerra, mas isso está certo que não vai acontecer? A resposta volta ao deserto e a linda história que me remete a escrever este ensaio.
A verdade é que a linguagem tem seus códigos, e se não sabemos o que significa tal código não podemos inferir o que seria a palavra verdade. E voltemos a política que por vezes se quer internacional, e que por tantas outras se quer na rota de colisão para quem expressa o código da verdade, que nada mais é que a garantia de se manter no poder.
O poder que a vacina gera no imaginário é o deserto de uma história que senão se repete faz menção a outras que vimos, quando em 1918 ouvira-se o chamado de gripe espanhola, tempos depois descobriram que ela não era espanhola coisa nenhuma. Agora não estamos vendo a crise de 1929, mas a fome e a morte batem na porta de muitos nesse deserto com força tamanha que o silêncio e a fronteira do deserto, voltam-se a esperança vinda da América do Norte, que passou por eleição polêmica nos últimos dias, e que o imaginário ainda é América primeiro.
Em pleno século XXI, imaginar um deserto no Brasil é quase insano se não fosse roteiro para outra intervenção do mercado, e os mesmos teóricos de outrora continuam sendo seguidos à risca com a ideia e porque não um tipo ideal de Estado mínimo. Tudo isso seria ciência se colocássemos a leitura do código da verdade que já sai impresso e com imposto para o que nos é vendido. A princípio houve uma separação de economia e política, depois preocupação com o bem estar social, e o mercado cresceu conjunto ao poder econômico dos donos da verdade, o Estado que se viu no controle da política, esse encolheu e por aqui na terra do tupiniquim o querem mínimo. Tal deserto e tal vacina seguem o roteiro do grande reset, o dinheiro digital e o PIX já estão bem virtuais no seu rastro, mesmo sabendo que não se tem lastro, o dólar continua valendo todos os dedos, e os anéis a quem apostava na Rússia ou China com suas vacinas, vira a chegada das gigantes do Ocidente. Enquanto isso no deserto das vacinas nossa política luta para ser no mínimo a riqueza (longe do povão) da democracia.